sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O que aconteceu antes da história da TV

Para um entendimento mais abrangente sobre a História da Televisão é necessário entendermos toda a evolução que houve na humanidade, até a chegada da televisão como conhecemos hoje.
Segundo indícios arqueológicos, a preocupação do homem em registrar e representar o seu cotidiano através de imagens é tão antiga quanto a evolução da nossa espécie.
Podemos encontrar exemplos claros no homem das cavernas, que pintava nas paredes a representação da sua vida, tanto como forma de registrar e guardar a memória de um acontecimento, como forma de comunicação com os outros homens de sua época.

Pinturas Rupestres:













Na China em aproximadamente 5.000 a.C., com o Teatro de Sombras, pôde-se perceber outra necessidade evolutiva dessa representação da vida: a necessidade do movimento das imagens. E é partir daí que começam a surgir os primeiros conceitos de roteiro e narrativa através das imagens.
Teatro de Sombras:













(projeção sobre paredes ou telas, de sombras de figuras humanas, animais ou objetos recortados e manipulados)

Com o passar dos anos, foram inventadas várias outras formas de se tentar registrar a imagem. A Câmara Escura foi um dos inventos que precedeu a criação da fotografia, foi projetada por Leonardo da Vinci no século XV, na Itália e desenvolvida no século XVI, também na Itália, pelo físico Giambattista Della Porta.
Giambattista Della Porta:













Della Porta desenvolveu a Câmara Escura utilizando-se de uma caixa fechada e um pequeno orifício coberto por uma lente, este foi o primeiro projetor de imagens, que viria mais tarde a influenciar a criação do telescópio, do fax, da fotografia, do cinema e da televisão.
Câmara Escura:

A fotografia por sua vez, foi oficialmente inventada em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niepce, que após dez anos de pesquisas e experimentações, conseguiu registrar uma imagem inalterável pela ação direta da luz, que é por definição o conceito de fotografia. A primeira imagem registrada por ele foi a vista da janela do sótão de sua casa em Chalons-sur-Saône, França.

Joseph Nicéphore Niepce e a primeira fotografia feita por ele:


Entretanto, somente em 1835 Louis-Jacques Daguerre desenvolve um aperfeiçoamento da técnica fotográfica, com a utilização de chapas de cobre sensibilizadas com prata, onde eram tratadas à vapores de iodo e revelavam a imagem latente, expondo-a à ação do mercúrio aquecido. Para tornar a imagem inalterável, bastava simplesmente submergi-la em uma solução aquecida de sal de cozinha.

Louis-Jacques-Mandé Daguerre e a primeira evolução da fotografia:



Em 1832 o físico belga Joseph-Antoine Plateau desenvolve pesquisas sobre o princípio da persistência retiniana, que mais tarde viriam a influenciar a criação e a evolução de vários equipamentos como o Praxinoscópio, o Fuzil Fotográfico, o Cinetoscópio até a chegada do Cinematógrafo que se tornaria o mais próximo das filmadoras e projetores que conhecemos hoje.Após suas pesquisas, Plateau faz uma experiência em um disco com uma série de imagens fixas desenhadas em posições diferentes, ao girar esse disco essas imagens dão a ilusão de movimento. Para esse invento ele deu o nome de Fenacistoscópio (Phenakistiscope).

Joseph-Antoine Plateau e o Fenacistoscópio (Phenakistiscope):


O século XIX foi marcado pela necessidade de transmissão de imagens e outras informações à distância. Que em pouco tempo resultou na invenção de diversos tipos de equipamentos como o telégrafo, o telefone, o fax, o rádio, a televisão, etc. Que foram se desenvolvendo com o passar dos anos.
Paralelamente em 1873, o inglês Willoughby Smith descobre as propriedades do elemento químico Selênio que permitem transformar energia luminosa em energia elétrica. Após esta descoberta foi possível o desenvolvimento da transmissão de imagens por meio de corrente elétrica, que infuenciaria em pouco tempo, a invenção do Rádio e da Televisão.

O século XIX foi marcado pela necessidade de transmissão de imagens e outras informações à distância. Que em pouco tempo resultou na invenção de diversos tipos de equipamentos como o telégrafo, o telefone, o fax, o rádio, a televisão, etc. Que foram se desenvolvendo com o passar dos anos. Em 1863 na cidade de Cambridge - Inglaterra, o professor de física experimental James Clerck Maxwell, demonstrou teoricamente a existência das ondas eletromagnéticas, influênciando futuramente vários outros teóricos, como por exemplo: Henrich Rudolph Hertz (1857-1894) que inventaria a propagação de ondas de rádio como experimento científico e Guglielmo Marconi que industrializaria o rádio permitindo dessa forma o uso doméstico.
Em 1873, o inglês Willoughby Smith descobre as propriedades do elemento químico Selênio que permitem transformar energia luminosa em energia elétrica. Essa descoberta mais tarde serviria como base para o desenvolvimento da transmissão de imagens por meio de corrente elétrica, que permitiria em pouco tempo, a invenção da Televisão.

A invenção da Televisão foi um marco histórico que uniu duas grandes ramificações da evolução tecnológica, de um lado da história, foram sendo inventados aperfeiçoamentos das técnicas de reprodução de imagem, dando ênfase ao Fenacistoscópio de Joseph-Antoine Plateau, que teria sido um grande divisor de águas com seu princípio da persistência retiniana. Do outro lado, a evolução da transmissão de informações à distancia, também estava sendo desenvolvida, passando desde o conceito do Telégrafo, (do grego, “escrever à distância”) criado pelo engenheiro francês Claude Chappe (1763- 1805), até o invento do fax, telefone, rádio, televisão, internet, etc...

O primeiro aperfeiçoamento do Fenacistocópio foi o Praxinoscópio do francês Émile Reynaud em 1877, de uma forma bem artesanal, ele produziu um aparelho que projetava na tela imagens desenhadas sobre fitas transparentes, para isso ele utilizou-se de uma caixa de biscoitos e um espelho, depois foi aperfeiçoando cada vez mais seu invento. A multiplicação das figuras desenhadas e a adaptação de uma lanterna de projeção possibilitaram a realização de truques que davam a ilusão de movimento.

Émile Reynaud e o Praxinoscópio
Em 1878, baseado nos estudos do inglês Edward Muybridge, o fisiologista francês Étienne-Jules Marey desenvolve o fuzil fotográfico que era um tambor forrado por dentro com uma chapa fotográfica circular.

Em seus estudos Muybridge realiza uma experiência instalando 24 máquinas fotográficas em sequência ao redor de uma pista de corrida e liga cada máquina à fios que atravessam a pista. Com a passagem do cavalo, os fios são rompidos, desencadeando o disparo sucessivo das máquinas, que produzem 24 poses consecutivas.
Edward Muybridge
Étienne-Jules Marey
Em 1890 e em 1891 o norte-americano Thomas Alva Edison cria dois inventos essenciais para a evolução da imagem em movimento: o primeiro filme perfurado e o Cinetoscópio, que permitem a exibição de uma série de pequenos filmes em seu estúdio chamado Black Maria. O Cinetoscópio entretanto, não projeta as imagens da película em uma tela, mas no interior da própria máquina, limitando a vizualização do filme por um espectador de cada vez.
Thomas Alva Edison e o Cinetoscópio
Até que em 1892 o francês Léon Bouly, inventa o Cinematógrafo, que revolucionaria o desenvolvimento da projeção de imagens. Este novo invento, agrega as duas funções primordiais da evolução técnica na reprodução de imagens. A função de máquina de filmar e a função de projetor de imagens, se aproximando considerávelmente das filmadoras que conhecemos hoje.
Léon Bouly e o Cinematógrafo
Algumas pessoas atribuem o invento do cinematógrafo aos irmãos Lumière, no entanto a patente registrada pelos Lumière é datada de 13 de fevereiro de 1895, três anos após o registro do francês Bouly. Alguns historiadores revelam também que até 1890, os Lumière não eram conhecidos no campo das pesquisas fotográficas.
Irmãos Lumière
(continua)
Bibliografia
-OS IRMÃOS LUMIÈRE: A INVENÇÃO DO CINEMA,
JACQUES RITTAUD-HUTINET,
SÃO PAULO : SCRITTA EDITORIAL, 1995
-O PRIMEIRO CINEMA,
FLAVIO CESARINO COSTA,
SÃO PAULO : SCRITTA EDITORIAL, 1995
-A TELEVISÃO LEVADA A SÉRIO,
ARLINDO MACHADO,
SÃO PAULO : SENAC, 2001

Postado por Johnny Nogueira dos Santos

Um comentário:

Márcio disse...

Caro,

Seu texto é muito interessante e mostra uma grande capacidade de pesquisa. Por que vc parou de postar?

Abç,

Márcio