quarta-feira, 15 de outubro de 2008

HDTV: TV Digital para quem?



Por Desirée.


HDTV: TV Digital para quem?

A televisão digital vem sendo discutida há décadas no Brasil e no mundo, mas as ações efetivas para sua implantação no País começaram no final da década de 1990, com o trabalho da Comissão Brasileira de Comunicações CBC.2 da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
No dia 02 de dezembro de 2007, nós, brasileiros fomos testemunhas do maior espetáculo do ano: o começo da implantação do sinal digital nos meios de comunicação em âmbito nacional.

A estréia das transmissões se deu na Grande São Paulo, tendo discursos de Dilma Roussef (Ministra-chefe da Casa Civil), Hélio Costa (Ministro das Comunicações) e do presidente (Luís Inácio Lula da Silva), transmitido pelas redes de televisão aberta.






Dentro das explicações sobre a novidade concedida por apresentadores de diferentes canais, que implica a alta definição de imagens e som e outras funcionalidades como a mobilidade e a portabilidade (possibilidade de assistir televisão em carros, notebooks e celulares), a multiprogramação (recepção simultânea de programas no mesmo canal) e a interatividade (possibilidade de participar diretamente da programação e fazer compras pela televisão), ainda fica a dúvida sobre a real utilidade de tal investimento bilionário.
Logo será possível assistir televisão caminhando na rua, indo ao trabalho”, disse Lula. “A televisão não pode se tornar cara ou inacessível. A televisão é como uma praça, onde os brasileiros se reúnem. Ela valoriza nossa língua e reforça a unidade do país”, completou o presidente em se discurso de abertura.




A transmissão digital é gratuita, entretanto, apenas está disponível para aqueles que comprarem o conversor digital ou set-top box ( transforma sinais analógicos em sinais digitais). O preço varia de R$1 mil a R$270 mil.
Esta é umas das contradições da ‘Era Digital’ no Brasil, não apenas no que se diz respeito à acessibilidade, é também irrisório o número de aparelhos de televisão existentes habilitados tecnicamente para o aproveitamento por completo dos serviços digitais, tendo assim uma evolução meramente simbólica em termos quantitativos (menos de 1000 pessoas têm acesso ao efetivo aproveitamento digital) e de interatividade (principal conceito discutido e aprovado pelo


Governo brasileiro, onde na verdade é somente comercializado um aparelho de televisão com som e imagem de qualidade superior da que estamos habituados, sem qualquer outra inovação ou serviço a mais).
O agravante da questão é a falta de conscientização da população brasileira quanto a ilusão de que estão vivenciando. A compra de conversores é feita sob negligência, já que os consumidores adquirem os aparelhos sem saberem destes “detalhes”, os quais só serão percebidos ao tentarem acionar alguma interatividade.

O programa de interatividade (software desenvolvido há quinze anos pela PUC-RJ e pela Universidade Católica da Paraíba), está a venda para enfim ter 100% de eficiência tecnológica necessária para explorar toda a gama de serviços que uma TV digital pode nos oferecer.
A corrida tecnológica tem seu marco no século XXI, o aparelho televisor que hoje está inserido quase que na totalidade dos domicílios brasileiros, merece destaque e respeito neste país, pela TV ser também veículo de formação intelectual de nosso povo.
A iniciativa de ‘desalienar’, ou seja, propor informação clara sobre o assunto, deve ser tomada por Órgãos governamentais. A abertura de novas tecnologias não pode ser tomada pelo impulso da novidade, e sim, discutida e analisada, tendo por finalidade a concretização do real objetivo: promover tecnologicamente avanços em sua totalidade. Conceito este, extraviado por imperícia por chefes do próprio governo.


Fontes de pesquisa:

sites:

www.globo.com

www.ncl.org.br

www.pontodeanalises.blogspot.com

2 comentários:

Fabíola Mamedes disse...

oi Desiree

acho totalmente valida discussão sobre tv digital, existem varias ongs que tem discutido o assunto a um bom tempo como a intervozes que promove encontros e discussóes sobre varios assuntos relacionados à mídia tanto tv digial como democratização dos meios e promoção do conteúdo regional e independente, é uma organização que vem divulgando o assunto a muito tempo.
vale a pena dar uma olhada e ler algumas das publicações deles!
beijoca até mais!

Márcio disse...

Bom texto. Creio que sua pergunta já no título seja extremamente pertinente: TV digital para que e para QUEM??
Onde essa "interatividade" vai nso levar e será que os formatos consagrados de programas para a TV cabem nas telas dos celulares, por exemplo?